terça-feira, 12 de outubro de 2010

INDIVÍDUOS CONSTRUÍDOS POR INDIVÍDUOS

A classificação racial no Brasil, não é um tema atual, tendo sido muito enfatizada, através das políticas afirmativas que algumas Instituições de Ensino Superior, adotaram como forma de reparação do passado do negro na sociedade. As dificuldades e barreiras vividas hoje, são um reflexo do seqüestro de oportunidades dos séculos anteriores. No âmbito brasileiro, a discussão se inicia no século XVI, com a chegada dos reinóis em um lugar chamado Pindorama.
Não conhecer e subestimar a cultura do outro, não respeitando seus símbolos e significados , atrelado ao etnocentrismo, foram as bases , para o surgimento do caráter racista que nos ronda até hoje e onde a violência e a intolerância eram e continuam sendo sua marca registrada. Articularam-se mecanismos, focados aos esteriótipos, tentando desta maneira justificar e classificar as espécies humanas, como Carl Linnaeus.
Tais choques culturais, fizeram surgir a associação, do diferente ao exotismo. Admiração e repulsa caminhavam paralelamente e a estética era um ponto de suma importância , ao qual “os outros” não se encaixavam e assim o europeu moldou e manipulou os conceitos e suas reformulações , principalmente no século XIX, através de ideologias cientificistas .
Definindo raça , como um fator biológico , utilizaram métodos como criminologia, frenologia, eugenia, que foram os pilares para a sustentação de uma ideologia baseada, na classificação de seres superiores e inferiores, dominados e dominantes.
Com a Belle Epóque no Brasil, iniciada em fins do século XIX até os anos 20, do século seguinte , ocorria um desejo de modernização da sociedade brasileira e tendo como resultado a valorização da cultura européia, tentava-se construir uma Paris-Brasiliense mas para a sua concretização, havia a necessidade de modificar o povo que aqui habitava, era preciso EMBRANQUECER, daí nasceu a idéia de prezar a mestiçagem.
Dessa forma, tentava-se camuflar, o racismo existente e tal idéia foi reforçada com Gilberto Freyre em Casa Grande & Senzala, onde é demonstrada a ascensão social do mestiço na sociedade brasileira.
Vimos que a construção da sociedade, foi edificada através de rótulos , produzidos por indivíduos, que movidos por um interesse, se prevaleceram de determinadas questões , principalmente nas definições ligadas a “superioridade e inferioridade”, tendo o negro a sua identidade, associada de forma negativa e sua existência diminuída ao ponto de ser definida como uma “raça subserviente”.

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